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A terrível professora
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A luz da lua, brilhante e
azul, iluminava a parte onde a Alice estava sentada, no parapeito da janela
grande do quarto, a olhar para o jardim da escola, que estava a brilhar sob a
luz da lua, onde os gotas de água brilhavam nas flores e a agua da fonte pareciam
ser pedras preciosas a cair. Perdida nos seus pensamentos, Alice olhava para
lá, sem desviar os seus olhos. Os seus cabelos ruivos, iluminados pelo azul da
noite, estavam agora com uma tonalidade vermelho muito escuro, enquanto os seus
olhos azuis, brilhavam muito mais com a luz. Uma pequena brisa corria pelos seus
cabelos trazendo consigo os aromas fortes do pomar recheados com o perfume das
rosas e dos cravos silvestres. Meio embriagada pelo cheiro doce e suave, Alice
tentava mais uma vez organizar os seus pensamentos, tentando esquecer as saudades.
Ainda nem tinham passado dias e ela já sentia a melancolia a instalar-se no seu
subconsciente
Uma
lágrima prateada como a lua desceu pelas suas faces rosadas, tão pura como o
azul dos seus olhos, fazendo com que as memorias da sua separação com os pais viessem ao cima. Reparando nas lágrimas a escorrer, Alice limpou-as da sua cara, fechando o seu punho e olhando para a lua.
“Alice, para de agir como uma criança. Fizeste a tua escolha, não há como voltar atrás.” Repreendeu-se fortemente a medida que se levantava e, em surdina, aproximava-se da sua cama, onde se deitou agilmente depois de beber um copo de água fria. Já eram quase 3 horas da noite e ainda não conseguia adormecer, apesar de sentir o sono a segui-la a cada instante. Fechando os olhos devagarinho, Alice começou a entoar uma melodia que sabia desde pequena, incapaz de esquecer qualquer uma das notas apesar de ela não se lembrar de onde ela a conhecia. Parecia ser uma melodia especial, única, e sempre vinha a cabeça dela quando ela não conseguia adormecer resultando como um tipo de melodia de adormecer. Passados uns minutos, Alice sentiu-se mais segura e adormeceu sem qualquer dificuldade, logo que acabou de cantar a canção.
“Alice, para de agir como uma criança. Fizeste a tua escolha, não há como voltar atrás.” Repreendeu-se fortemente a medida que se levantava e, em surdina, aproximava-se da sua cama, onde se deitou agilmente depois de beber um copo de água fria. Já eram quase 3 horas da noite e ainda não conseguia adormecer, apesar de sentir o sono a segui-la a cada instante. Fechando os olhos devagarinho, Alice começou a entoar uma melodia que sabia desde pequena, incapaz de esquecer qualquer uma das notas apesar de ela não se lembrar de onde ela a conhecia. Parecia ser uma melodia especial, única, e sempre vinha a cabeça dela quando ela não conseguia adormecer resultando como um tipo de melodia de adormecer. Passados uns minutos, Alice sentiu-se mais segura e adormeceu sem qualquer dificuldade, logo que acabou de cantar a canção.
“O
som pesado da madeira a estalar por baixo dos seus pés desclaços fazia a
adrenalina voar pelo corpo mais rápido que um avião a jacto, a medida que a
respiração tornava-se mais e mais ritmada e pesada e os passos mais rápidos. Os
pulmões recebiam o ar com avidez, ajudando o coração pulsante a trabalhar intensamente.
O ritmo da corrida acelerava ainda mais, apesar de parecer impossível. Porém,
não eram só os passos leves que se ouviam no silêncio absurdo do início do
verão. Algures mais atrás daqueles passos, uns passos mais lentos e pesados
pareciam estar a seguir a fugitiva ruiva, cujos cabelos se revolviam no vento
cortante que a empurrava para frente, que a obrigava a não desistir.
Um por um, os corredores apareciam e desapareciam no enorme labirinto, afigurando-se num enorme puzzle sem resposta, enquanto que as paredes vivas a obrigavam a contorna-las para não chocar com elas. Estas eram altas, castanhas e antigas, com ervas trepadeiras a crescer por todo o lado, escuras e traiçoeiras, também a quererem sair daquele lugar que cheirava a decadência e morte. O chão de madeira antiga transformava-se em terra batida a medida que a rapariga aventurava-se pelo coração do labirinto, incapaz de voltar atrás, com medo do que quer que a estava a seguir. O
Um por um, os corredores apareciam e desapareciam no enorme labirinto, afigurando-se num enorme puzzle sem resposta, enquanto que as paredes vivas a obrigavam a contorna-las para não chocar com elas. Estas eram altas, castanhas e antigas, com ervas trepadeiras a crescer por todo o lado, escuras e traiçoeiras, também a quererem sair daquele lugar que cheirava a decadência e morte. O chão de madeira antiga transformava-se em terra batida a medida que a rapariga aventurava-se pelo coração do labirinto, incapaz de voltar atrás, com medo do que quer que a estava a seguir. O
cheiro forte instalava-se nas fibras do seu vestido branco, que era apenas
longo o suficiente para lhe tapar ligeiramente as coxas, não chegando sequer
aos joelhos.
Porém,
o labirinto acabou repentinamente, as paredes desapareceram, a terra transformou-se
em erva e, mais importante, os sons do monstro desapareceram,
deixando um silêncio mórbido atras de si. Olhando para frente, a rapariga não
conseguia deixar de se sentir maravilhada com tanta beleza no meio do nada. Uma
enorme árvore crescia mesmo no meio do coração do labirinto, formando uma
cortina protetora em volta da cama meio transparente que flutuava levemente sob
o vento suave, sem tocar a erva fresca. Dando um passo em frente, um sorriso formou-se
nos seus lábios logo que a frescura da erva tocou nos seus pés descalços. Sentiu
as feridas a arder levemente, mas isso apenas significava que estava viva.
Aproximando-se calmamente da árvore, a rapariga tocou levemente nas folhas suaves,
desviando a sua atenção para a cama flutuante a sua frente. Os lençóis brancos flutuavam
ao ritmo do vento, enquanto os pés castanhos-escuros tocavam levemente na erva
fresca por baixo desta, que florescia e crescia a medida que ninguém a pisava
nem cortava. Enfeitiçada, tentou tocar nos lençóis porém a sua mão apenas
passou através deles, como se estes fossem apenas uma quimera, uma ilusão.
Dando um salto para traz, sentiu uma brisa fria a envolver as suas costas, queimando
a pele despida, enquanto algo tão frio como gelo a tocava no pescoço, gelando a
pele. Engolindo um seco, virou-se para encarar o recém-chegado, congelando de
choque e confusão a medida que a surpresa dava lugar ao medo e insegurança. Uns
cabelos negros flutuavam a sua frente, escondendo a cara da mulher que a gelava
com o olhar frio e negro que lançava, enquanto um vestido longo branco
percorria as suas curvas, tocando na erva verde que murchava rapidamente.
Repentinamente, a sua mão agarrou o pescoço gelando-o por completo, impedindo
as cordas vocais de tremerem quando a outra tentou gritar. O ar saiu dos
pulmões, deixando-a a sufocar, enquanto o gelo nos olhos negros desapareceu e
uma voz doce pronunciou “Ajuda-me!”
A sensação de estar a sufocar era forte o suficiente para arrancar a Alice do
horrível pesadelo que vivia, incapaz de o definir. Ainda
conseguia sentir a mão gelada na sua garganta, bem como o sentimento de frio
que sentira cada vez que olhava para os olhos negros da outra. Era como se nada
mais existisse a não ser a escuridão e a solidão. Enroscando-se numa bola,
cobriu-se bem com os cobertores tentando absorver o máximo de calor que conseguia,
tentando afastar o pesadelo para os confins da sua mente. Sentia o coração a martelar
como se ainda estivesse a fugir, mas os seus pensamentos já não se centravam
nisso. Pensando que foi só um pesadelo, repetia-o vezes sem conta, impedindo o
medo de derrubar a sua coragem. Porém por mais que tentasse, o coração não acalmava, martelando mais e mais.
Com um suspiro, Alice tirou os cobertores, olhando para o pequeno relógio que tinha ao seu lado, suspirando mais uma vez ao ver que ainda eram sete horas. Levantando-se, agarrou no uniforme novinho em folha ao seu lado, encaminhando-se para a casa de banho onde tomaria um duche relaxante que, com esperança, lhe ajudasse a esquecer o pesadelo da noite. Era pela sensação de água quente que a sua pele ansiava e no momento em que as primeiras gotas caíram, tocando na sua pele, Alice não conseguira deixar de sorrir. Era mesmo isso que ela necessitava.
Com um suspiro, Alice tirou os cobertores, olhando para o pequeno relógio que tinha ao seu lado, suspirando mais uma vez ao ver que ainda eram sete horas. Levantando-se, agarrou no uniforme novinho em folha ao seu lado, encaminhando-se para a casa de banho onde tomaria um duche relaxante que, com esperança, lhe ajudasse a esquecer o pesadelo da noite. Era pela sensação de água quente que a sua pele ansiava e no momento em que as primeiras gotas caíram, tocando na sua pele, Alice não conseguira deixar de sorrir. Era mesmo isso que ela necessitava.
Cantarolando para si baixinho, Alice
entrou no quarto já vestida a secar o cabelo ruivo com uma toalha branca,
esquecendo-se que tinha colegas no quarto ainda a dormir. Dando de caras com
uns olhos negros a observa-la, saltou para traz de surpresa. Os olhos, negros
como carvão, tinham aquele brilho exótico que Alice não conseguirá encontrar
nos olhos do seu fantasma. Porém a cara da Irene desviou a sua atenção do sonho
mais do que a água quente o conseguiu. Sorrindo um pouco em jeito de desculpa,
levantou-se com ajuda da Irene que também sorria ligeiramente.
- Não sabia que já estavas
acordada… Quer dizer, desculpa por acordar-te…
- Não faz mal… Também não sou daquelas que
gostam de dormir muito. Mas não acho que a Jane vai gostar de ser acordada tão
cedo…
As duas olharam para a terceira rapariga que ainda dormia calmamente, desfrutando da paz e sossego que as suas colegas não conseguiam ter. Dando uma olhadela de lado, Irene parecia cada vez mais e mais normal conforme a luz do dia envolvia a sua silhueta frágil. Rindo-se em surdina, as duas dirigiram-se para a porta com o intuito de explorar um pouco da escola antes da apresentação que iriam ter com a sua nova diretora de turma que, pelo o que conseguiram captar dos outros quartos, era uma pessoa excêntrica. Porém antes que elas sequer tenham aberto a porta, uma almofada voou na sua direção, travando-lhes o caminho.
As duas olharam para a terceira rapariga que ainda dormia calmamente, desfrutando da paz e sossego que as suas colegas não conseguiam ter. Dando uma olhadela de lado, Irene parecia cada vez mais e mais normal conforme a luz do dia envolvia a sua silhueta frágil. Rindo-se em surdina, as duas dirigiram-se para a porta com o intuito de explorar um pouco da escola antes da apresentação que iriam ter com a sua nova diretora de turma que, pelo o que conseguiram captar dos outros quartos, era uma pessoa excêntrica. Porém antes que elas sequer tenham aberto a porta, uma almofada voou na sua direção, travando-lhes o caminho.
- Onde vocês pensam que vão? - interrogou-as uma voz rouca do fundo
da sala ameaçadoramente.
Jane tinha acabado de acordar e, com o cabelo castanho todo em pé, olhava as suas novas colegas do quarto com os olhos semicerrados, desafiando-as a saírem do quarto, como se tal teria consequências desastrosas para as duas.
Jane tinha acabado de acordar e, com o cabelo castanho todo em pé, olhava as suas novas colegas do quarto com os olhos semicerrados, desafiando-as a saírem do quarto, como se tal teria consequências desastrosas para as duas.
- Nós… só íamos… - tentou responder Irene,
sendo calada por um olhar rabugento.
- Vou com vocês. Deixem-me só vestir.
Saltando da cama, agarrou no seu
uniforme, voando pela sala, na tentativa de encontrar o seu pente e mais alguma coisa para não parecer tão desastrosa como o seu cabelo estava. No entanto, antes de desaparecer por entre as
portas, lançou mais um olhar, avisando-as para não irem sem ela.
- Será que ela é sempre assim quando acorda? –
perguntou Alice, dando uma olhadela esperançosa a Irene.
- Acho que sim…
As duas suspiraram, interrogando-se
o que iria acontecer dai em diante. A vida naquela escola era mais
surpreendente que Alice esperará.
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