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9.30.2012

Magia da Alice: Inicio da Jornada parte 10-1



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  "Welcome to Magic School"
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 Descendo mais e mais, os alunos inclinavam-se pelas janelas olhando para as ruínas da cidade Mágica fascinados. Até mesmo aqueles que já percorreram aquele caminho vezes sem conta não conseguiam evitar de olhar para os destroços, imaginando o que tinha existido outrora por entre aquelas paredes destruídas. O mistério e a imaginação floriam por entre as ruínas, que pareciam mais um cemitério sem túmulos que ruínas antigas.
   Ficando cada vez mais interessada na história desse mundo, Alice começou a interrogar  a Jane, exigindo respostas que ela não tinha, pondo numa situação complicada. Irene veio em sue auxilio, lembrando que teriam aulas de historia na escola, safando a amiga. Um pouco desiludida, Alice acalmou-se e continuou o resto do caminho calada, pronunciando-se apenas  quando a perguntavam algo. Parecia que era sempre o Jake a interroga-la, incapaz de a deixar em paz com a esperança de descobrir algumas coisas acerca da rapariga.
     O tempo parecia que passava a correr em sem que os alunos dessem por isso e o dirigível aterrou não muito longe da escola, num recinto aberto e rodeado por muitas árvores. Após um sinal que parecia o grito de alguém, os alunos começaram a sair em grupos pequenos, dividindo-se em três partes distintas. Tudo parecia-se com uma excursão, só que com muitas ,muitas pessoas.
     Olhando a volta, Alice reparou que dois portões grandes separavam o recinto em que se encontravam da outra parte do mundo. Ao pé de cada um, duas estátuas distintas pousavam majestosamente, olhando para a paisagem que os rodeava. No lado direito, duas inclinavam-se ligeiramente para frente, tento os olhos e as cabeças baixas. Estas eram duas mulheres, enquanto as outras estátuas eram homens. Para além desta diferença, as mulheres usavam vestes da época Grega, enquanto os homens vestiam roupas da época romana. Mas os seus cabelos também se destingiam. As mulheres tinha uns lindos cabelos longos, uma encaracolados e outra lisos, enquanto o cabelo dos homens não se distinguia muito, para além de ser um pouco rebelde e curto.  Estas estavam de tal maneira inclinadas que parecia que estavam a convidar os alunos a entrar para o edifício alto que se encontrava meio escondido  por detrás das árvores.
    Do outro lado da clareira, os homens olhavam fixamente para frente sem desviar o olhar, enquanto as mãos seguravam as longas espadas polidas preparados para lutar e defender o seu lar.
- Esses são os protetores. - disse Jane, aparecendo sabe-se la de onde e interrompendo o raciocínio da Alice.
- Protetores? - perguntou esta com uma voz surpreendida.
- Sim. Os dos lado esquerdo são chamados os lutadores. Eles decidem quem pode entrar do lado de fora deste terreno. Eles fazer três perguntas, se responderes mal, eles atacam-te, mas se responderes bem e não trouxesses perigo para a escola, eles deixam-te passar. O nome dos outros não é conhecido mas, apesar do ar calmo e sereno que eles transmitem, diz-se que eles são os piores. A função deles é ver a alma da pessoa e decidir se ela é boa ou má.
- Ver a alma da pessoa?
- Sim, mas na verdade eles não veem nada. Eles são segos, por isso é mais sentem do que veem. Diz-se que as quatro estátuas protegiam a família real. As do lado direito, devido a sua força de ver as almas, foram amaldiçoadas e não veem nada, por isso elas aprenderam a pressentir o perigo. Quanto aos outros não se sabe nada. São um  mistério, quer de uns quer outros.
     Olhando para traz, Alice reparou que a estátua do homem estava a olhar para ela. O olhar desse não era zangado, era mais triste e feliz, o que a deixou meio espantada.
- Vamos lá primeiro ano! - gritou alguém, com uma voz grossa e masculina.
   Depois disso, todos os que supostamente eram do primeiro ano, começaram a seguir o homem da frete, o qual Alice não viu pois a fila era enorme.
  Passando pelo portão, pensou que viu as duas estátuas levantarem um pouco  a cabeça quando passou, mas isso pareceu tão esquisito que ela resolveu pensar que foi só imaginação dela.
   Do outro lado, todos encontraram-se num corredor cheio de plantas vivas, que se enrolavam formando um tudo de folhas e flores. Caminhando devagarinho, observavam o cair das pétalas multicolor, que formavam um arco-íris fabuloso no meio de tanto verde. As flores enfeitavam os caules, bem como pequenas e elegantes folhas, crescendo onde houvesse espaço.
  Porém não podiam parar para relaxar nem um minuto, e em segundos o verde do jardim foi substituído pela intensa luminosidade do sol matinal. Cobrindo a cabeça com a mão, Alice sentiu uma espécie de deja-vú. Era a mesma coisa que naquela manhã, quando saiu da floresta. O sentimento e a sua intensidade eram de tal maneira grandes que ela nem sequer conseguia explicar. Só saia que estava entusiasmada e ansiosa. Um sorriso cortou a tensão do ar, contagiando a todos os que a rodeavam.
    Ao chegar lá, Alice praticamente não disse "Wow!" mas conteve-se pensando que todos devem ter visto a escola em fotos ou livros.
    A frente dela e de todos os alunos, encontrava-se um lindo castelo. Era alto, mas não demasiado, parecendo-se com uma casa para reis e rainhas. Era tudo um pouco acinzentado mas havia uns tons de azul nele também. Para alem do enorme castelo, dava para ver uma estufa enorme ao longo de uma das paredes. Estava tão verde que não dava para ver o que estava lá dentro mas, nos pensamentos da Alice, era um sitio lindo cheio de magia. Mas isso não era a única coisa que chamava a atenção.
  A frente do castelo estava um belo jardim com várias estátuas e arbustos robustos que se posicionavam num sem-circulo, virados para o castelo como se esse fosse a coisa mais importante do mundo. Os arbustos tinham flores de varias cores neles, sendo que estes dividiam-se em vários grupos, rodeando o muro de mármore branco que contornava todo o jardim. Ao pé das estátuas cresciam pequenas flores brancas, muito parecidas com camomila, porém mais grandes e vistosas. Rosas também predominavam no jardim, tendo tantos tons que iam desde o vermelho até cinzento claro, que nem mesmo depois de olhar para o jardim durante vários anos era possível destitui-los a todos. O jardim brilhava como uma pedra preciosa de todas as cores, transmitindo a magia do lugar para o coração dos visitantes.
  Uma fonte erguia-se no meio do jardim, rodeada pelo mesmo mármore que o muro. O alto e baixo relevo representavam todo o tipo de monstros conhecidos e desconhecidos. Haviam fadas, sereias, trolls, lobisomens,... porém no topo, olhando majestosamente para baixo, encontrava-se o Pegasus, cavalo mítico dos humanos, responsável por trazes a luz e a trovoada para o Olimpo. Por baixo dele algo estava escrito, porem o desgaste da rocha e a própria falta do conhecimento da língua impediam Alice ler a frase.
 - Mexam-se! – gritou o instrutor, apressando o passo como se estivessem atrasados, como bem podiam estar.
 Chegando-se perto da Jane, Alice interrogou-a quem ia a comandar a multidão. Devia ser alguém excecional para fazer tal coisa.
 - Ah... pois... Não o viste. – Jane suspirou, olhando para frente enquanto falava baixinho. – É o professor Green, ensina Herbologia. Ele é um duende, só por acaso.
 - Duende?
  Expirando fortemente, Jane apontou para alguma coisa por entre os alunos. Seguindo o dedo dela, Alice reparou numa silhueta baixa e magrinha, deixando escapar um “Ah!” de expando.
  O homem da frente, se bem que se podia chamar um homem, não devia mediar mais do que um metro e quarenta.Tinha uns cabelos loiros encaracolados ligeiramente escondidos pelo chapéu verde que enfiará na cabeça, enfeitado por uma flor laranja escura e uma fita azul que mantinha a flor colada a aba do chapéu. As roupas que pareciam ser feitas para algum tipo de cerimonia também eram verdes. O casaco de smoking brilhava ligeiramente ao sol, parecendo ser feito de pele de cobra. As calças, mais azuis marinhas do que propriamente verdes, combinavam com os sapatos pretos que usava. Além das suas roupas, havia mais uma coisa que o distinguia do resto dos alunos. Por entre os caracóis que cercavam a sua cara, umas orelhas um pouco ponte agudas espreitavam ansiosas por serem notada, enfeitadas por um brinco simples na orelha esquerda. Ao longe parecia ter uma pequena pedra nele, porém a distancia impossibilitava uma boa visualização.
   - É mesmo um professor? - o aspeto dele apenas a baralhava ainda mais - Não é demasiado novo?
   - Não! - o riso da Jane prolongou-se até ao Jake que ouvia a conversa com atenção - Os doentes crescem devagar e podem viver centenas de anos. O prof vai fazer 120 anos em breve. 
 - O que?!? - grito da Alice fez se ouvir por entre a multidão animada, seguido por um olhar curioso e indignado de quase toda agente. - Desculpem... 
  As suas faces ardiam enquanto recebia o olhar zangado do professor, debatendo-se com as suas próprias questões acerca da magia. "Como era possível alguém viver tanto tempo... Deve ser horrível..." Um sorriso de compreensão iluminou a cara da Irene que lhe deu a mão e sussurrou que iria entender mais tarde.
 - Espero bem que sim...
   Foi a única resposta coerente que Alice ainda era capaz de formar depois de tudo o que viu. A magia era muito mais complexa do que ela entendia, e a cada segundo que passava na escola entendia isso mais e mais.
    Passando perto da fonte enigmática, as letras cravadas no mármore cintilaram, fazendo-se ouvir com uma voz fraca, evoluindo e mudando, até umas novas palavras aparecerem, deixando os animais da fonte espantados a olhar para Alice.