Magica
A declaração da mulher deixou a todos de boca aberta. William estava a trocar olhares com Alice e com
Melinda, de modo a ver se por acaso era alguma brincadeira. Alice também estava em choque. Aquela estranha mulher só podia estar a brincar. "Mas o que é que ela está a dizer?" perguntou-se ela, olhando para a Melinda zangada. "Vem a minha casa só para dizer disparates." Alice estava prestes a gritar com a Melinda, quando lembrou-se do que aconteceu antes. "Mas..." Alice estava a lutar contra si mesma. Alice olhou para o William, confusa, esperando que ele saiba a resposta, mas ele estava ainda mais baralhado que ela. O silencio prolongou-se durante alguns minutos, até que Lily quebrou-o.
- Posso saber em que principios é que se baseia a sua afirmação? - interrogou a Melinda.
De repente, Bill apareceu na porta, olhando para a cena que se passava dentro da sala de estar. A julgar pela expressão na cara da Lily, ele entendeu que se tratava de um assunto muito serio. Não sabendo o que fazer, Bill entrou devagar na sala, passando por entre as cadeiras, indo sentar ao lado da Lily, e com um sorriso, virou-se para a Alice e William, dizendo:
- Alice, porque é que não vão por agora ao teu quarto? Nós chamamos-te se for necessário. - disse Bill, esboçando um sorriso que dizia "Se não fores obrigo!".
- Nem pensar! - disseram Alice e William ao mesmo tempo, com uma cara seria, sem se preocupar com o sorriso do pai dela.
- Isto tem algo haver comigo, por isso não vou a lado nenhum - ainda acrescentou Alice, sem olhar para os seus pais. Em vez disso, observava a Melinda, que também a olhava curiosa.
- Bem... respondendo a sua pergunta, Sr. Wandom - continuou Melinda, virando-se para a mãe da Alice, como-se o Bill tenha estado lá todo o tempo. - Acho que o incidente que ocorreu hoje na festa da sua afilhada é a minha prova. - Bill e Lily entre olharam-se, espantados, enquanto William olhava para a Alice, quase como se quizesse obriga-la a contar tudo. - É claro que tenho outras provas, mais pequenas e a Alice deve ser capaz de facultar-lhe algumas delas, não?
Alice não estava a olhar para ninguem, fitando os seus joelhos, em choque.
- As roupas... as plantas... - ela murmurava só para si, mas toda a gente foi capaz de ouvir o que ela disse.
- Como pode ver, a rapariga concorda.
William já não olhava para a Alice confuso. Já nem lhe chegavam forças para isso. Em vez disso, ele encostou-se ao sofá, e fechando os olhos durante um bocado, ficou a pensar. "Então Alice tem poderes... pensando bem nem sequer é surpreendente... afinal de contas ela consegui passar despercebia." William recordou-se da maneira como a Alice se encontrava naquele dia. "Já recebeu uma má noticia... quantas mais é que conseguirá aguentar." William abriu os olhos e expirou de forma ruidosa.
- Não importa o que diga - interrompeu o que quer que o William ia dizer naquele instante - mas a Alice não vai a lado nenhum. Ela vai a uma escola normal como qualquer rapariga nor...
- Mas não é vosse que decide. - Interrompeu-o Melinda - Isso é escolha da Alice e acho que vosses deviam primeiro ouvir o que tenho a dizer.
- Não importa. - Bill pôs-se pé - É melhor ir embora-se, senhora, antes que eu chame a policia.
- É perigoso! - clamou Melinda pondo-se também de pé - Se a deixar-mos assim sem mais nem menos, os seus poderes podem sair do controlo! Mas quem é que vosses pensam que são?
Alice olhava de um para outro assustada. Era a primeira vez que ouvia o seu pais tratar alguém com tanta rispidez e fúria. Por norma, ele era simpático, trabalhador e fácil de perdoar. Na verdade, ele nunca gritou com a Alice ou levantou a sua mão contra ela ou o George, mas naquele dia tudo estava estranho. Ninguém parecia igual. Nem a Lily que observava friamente os dois, nem o seu pai que fitava furioso a estranha mulher... nem o William, que parecia mais um espectador. Tudo estava diferente, até ela própria. "Porque?" ela interrogou-se.
- Nos somos os pais dela! - Bill apontou com o dedo para a Alice, que se sobressaltou. - Acho que temos o direito em dizer algo, não?
- Não! - Melinda cortou a palavra ao Bill, fitando-o com repugnância. - Vosses só são uns impostores. Eu nem acredito que ela acabou por viver com vosses! Ela não é sua filha, nem sequer é da vossa família! Para que é que vosses estão a fingir ser algo que não são? Estúpidos...
- Já... CHEGA! - gritou Alice de repente, de pé.
Os seus cabelos ruivos revolviam-se no ar, sem motivo aparente, com as mãos crispadas num punho. Quando ela abriu-as, delas apareceram pequenos relâmpagos, que percorreram-nas, acabando por destruir a mesa que estava no meio de todos. O estrondo foi horrível. Lily, Bill e Melinda saltaram para traz no instante certo. A mesa rebentou e os estilhaços voaram por toda a parte, embatendo na parede e nas janelas. Umas jarras que se encontravam perto da Melinda também-se partiram. O vidro não embateu em ninguém, mas William teve que se afastar quando uma parte da jarra voou na sua direcção. No meio de tudo estava a Alice, com as lágrimas nos olhos, zangada.
- Já chega não acham? - repetiu com uma voz dura, olhando para eles. - Isto é uma parvoíce! - disse ela, levantando a cabeça e transparecendo um olhar cheio de fúria.
- Como pode ver, a rapariga concorda.
William já não olhava para a Alice confuso. Já nem lhe chegavam forças para isso. Em vez disso, ele encostou-se ao sofá, e fechando os olhos durante um bocado, ficou a pensar. "Então Alice tem poderes... pensando bem nem sequer é surpreendente... afinal de contas ela consegui passar despercebia." William recordou-se da maneira como a Alice se encontrava naquele dia. "Já recebeu uma má noticia... quantas mais é que conseguirá aguentar." William abriu os olhos e expirou de forma ruidosa.
- Não importa o que diga - interrompeu o que quer que o William ia dizer naquele instante - mas a Alice não vai a lado nenhum. Ela vai a uma escola normal como qualquer rapariga nor...
- Mas não é vosse que decide. - Interrompeu-o Melinda - Isso é escolha da Alice e acho que vosses deviam primeiro ouvir o que tenho a dizer.
- Não importa. - Bill pôs-se pé - É melhor ir embora-se, senhora, antes que eu chame a policia.
- É perigoso! - clamou Melinda pondo-se também de pé - Se a deixar-mos assim sem mais nem menos, os seus poderes podem sair do controlo! Mas quem é que vosses pensam que são?
Alice olhava de um para outro assustada. Era a primeira vez que ouvia o seu pais tratar alguém com tanta rispidez e fúria. Por norma, ele era simpático, trabalhador e fácil de perdoar. Na verdade, ele nunca gritou com a Alice ou levantou a sua mão contra ela ou o George, mas naquele dia tudo estava estranho. Ninguém parecia igual. Nem a Lily que observava friamente os dois, nem o seu pai que fitava furioso a estranha mulher... nem o William, que parecia mais um espectador. Tudo estava diferente, até ela própria. "Porque?" ela interrogou-se.
- Nos somos os pais dela! - Bill apontou com o dedo para a Alice, que se sobressaltou. - Acho que temos o direito em dizer algo, não?
- Não! - Melinda cortou a palavra ao Bill, fitando-o com repugnância. - Vosses só são uns impostores. Eu nem acredito que ela acabou por viver com vosses! Ela não é sua filha, nem sequer é da vossa família! Para que é que vosses estão a fingir ser algo que não são? Estúpidos...
- Já... CHEGA! - gritou Alice de repente, de pé.
Os seus cabelos ruivos revolviam-se no ar, sem motivo aparente, com as mãos crispadas num punho. Quando ela abriu-as, delas apareceram pequenos relâmpagos, que percorreram-nas, acabando por destruir a mesa que estava no meio de todos. O estrondo foi horrível. Lily, Bill e Melinda saltaram para traz no instante certo. A mesa rebentou e os estilhaços voaram por toda a parte, embatendo na parede e nas janelas. Umas jarras que se encontravam perto da Melinda também-se partiram. O vidro não embateu em ninguém, mas William teve que se afastar quando uma parte da jarra voou na sua direcção. No meio de tudo estava a Alice, com as lágrimas nos olhos, zangada.
- Já chega não acham? - repetiu com uma voz dura, olhando para eles. - Isto é uma parvoíce! - disse ela, levantando a cabeça e transparecendo um olhar cheio de fúria.